sábado, 29 de junho de 2013

SANGRIAS NACIONAIS QUE NÃO OCUPARAM AS RUAS

28/06/2013
BRASIL: O IMPÉRIO DAS TARIFAS E O PARAÍSO DOS BANCOS
As ruas ainda estão vazias para as tarifas bancárias, tarifas de telefonia, tarifas de água, tarifas de luz, multas de trânsito por pardais e tantas sangrias que recheiam os cofres de banqueiros, capitalistas e o poder público. Do mesmo modo, sobram ruas para manifestações por mais empregos, salário mínimo decente e reforma agrária. De acordo com o DIEESE, os sete maiores bancos do país acumularam R$ 41,8 bilhões com tarifas “no primeiro semestre de 2012, valor quase 14% maior do que os R$ 36,7 bilhões do mesmo período do ano passado. Esse total é o equivalente a 131,75% das despesas com pessoal. Ou seja, o arrecadado com prestação de serviços paga toda a folha e ainda sobra bastante nos cofres dos banqueiros” (http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=2440).


Isso somente no primeiro semestre de 2012. Ou seja, no ano pode chegar ao dobro. Compare você mesmo: no ano de 2011 o Governo Federal aplicou em Educação o montante de R$ 55,3 bilhões.  

quinta-feira, 27 de junho de 2013

ONDE CIDADÃOS SÃO TRATADOS COMO BANDIDOS NÃO HÁ LEI NEM JUSTIÇA

27/06/2013
PATRIMÔNIO PÚBLICO X PATRIMÔNIO NACIONAL
O consenso da preservação do patrimônio público contra a depredação não é, apenas, dos órgãos policiais que tem o dever de o defender. Está na boca de todos: justiça, educação, administradores públicos, ministério público e da própria população. Ninguém pode quebrar uma vidraça ou “pichar” uma parede. Consequentemente o consenso avança para justificar ações de “efeito moral” dos órgãos de segurança contra os depredadores: bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha.
Depois desse consenso nacional contra as depredações durante as manifestações juninas pelo país afora, soa estranho, no entanto, que em 27 de junho programas de televisão e jornais divulgassem uma reintegração de posse na periferia de São Paulo, com máquinas derrubando construções improvisadas e a polícia lançando bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha nos cidadãos que resistiam à desocupação. Afinal, esses cidadãos são “baderneiros”, “arruaceiros” e “bandidos” como aqueles que se aproveitaram dos protestos pacíficos nas ruas do Brasil? Se sim, que “patrimônio público” estavam ameaçando? Se não, por que foram tratados como bandidos?

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O STF TEM FOME DE QUÊ?

07/10/2012
Se, para ter lisura, a política deve se espelhar nas práticas do judiciário, o fim da República está próximo.
A democracia como a praticamos, desde a Revolução Francesa de 1789, equilibra-se sobre três pilares distintos: legislativo, executivo e judiciário. O legislativo é o que atua em nome dos interesses da sociedade. Mas, a revolução, receosa dos riscos de substituir a monarquia por um novo poder sem medidas, mesmo que em nome do povo, opôs-lhe um poder correspondente, também sufragado, a que chamamos de poder executivo, cuja tarefa é administrar o Estado. Nesse equilíbrio-confronto entre legislativo e executivo, a sociedade teria condições de prosseguir com sua tarefa primordial de consolidar as novas atribuições que a revolução trouxera para indivíduos, grupos e Estado, tanto separadamente, quanto uns em relação aos outros. Na efervescência do pensamento iluminista, que já havia destronado a monarquia, não havia espaço para lacunas, pois eram grandes os riscos de retrocesso ao modelo feudal se outro modelo não fosse formalmente instituído e implantado em toda a nação francesa, a que custo fosse. Somente os que viveram ou estudaram esse período da história francesa que consolidou a democracia como modelo de organização social pós-feudalismo, sabem o rio de sangue que ela custou.

PEC 37/2011: CARTA À RÊNIO QUINTAS SOBRE AS MANIPULAÇÕES DO MP

OPINIÃO
Não são de anjos as asas dos procuradores do Ministério Público
Sempre tive confiança no senso privilegiado do artista para não se deixar levar pelo “canto das sereias” do ambiente político. Sinceramente não me abandona essa ideia.  Ainda creio que a Arte e a Cultura proporcionam condições ímpares para uma leitura privilegiada do mundo. Mas, claro, não chegamos a ser imunes ao que nos rodeia, senão não seríamos artistas.
Escrevo para comentar minha surpresa com o aval que você presta ao documento Dez razões que justificam a investigação pelo MP, pedindo-me que participe. Desculpe-me, mas depois de avançar o que avançamos em termos de democracia, direitos sociais e humanos, não dá mais pra acreditar em boas intenções, venha de onde vier. A ditadura militar também teve “boas intenções” e milhões de brasileiros bateram palmas para ela. Nosso papel é avançar sem deixar o front subir no pedestal nem deixar que um abismo nos separe da retaguarda. Nesse caso específico da Proposta de Emenda Constitucional 37/2011, que o MP marketizou chamando de PEC da Impunidade, acho que estamos diante da primeira situação.

domingo, 2 de junho de 2013

A IMPRENSA NÃO É O JUDICIÁRIO E O STF NÃO É REDAÇÃO

01/10/2011
O STF certamente precisa ser destronado da sua arrogância. Uma revisão histórica simples e verdadeira - que não sei se a imprensa de hoje é capaz de fazer - bastaria para mostrar como o Supremo está viciado pelos "julgamentos políticos" que protagonizou. Esse é mais um que fará com que a justiça brasileira caia na vala comum daqueles que já cederam a ditaduras, a ditadores, a corruptores e agora à mídia comprada pelos contratos sub-reptícios com os governos de plantão. Com toda essa áurea de justiça, o STF nunca foi capaz de colocar na cadeia um só de seus pares ou promover uma reforma que permita celeridade processual e acesso à justiça ao mais simples dos cidadãos. A história há de perseguir os perseguidores. O Brasil é causa mais do que suficiente para deixar fluir nossos anseios por uma justiça limpa.