Alguns desses partidos surgidos de profundas críticas ao partido dos trabalhadores, pela incapacidade de absorver a onda verde (PV); por divergências locais, regionais ou de estratégicas econômicas e políticas (PSOL e Rede); nascidos por interesses segmentados (PMB e PROS) ou por uma trajetória histórica de convivência umbilical com o poder (PPS), a votação das 10 Medidas contra a Corrupção propostas por procuradores do Ministério Público para estender o seu reinado até os confins do mundo, revelou o viés autoritário unificador dos votos desses pequenos partidos que, entre outras coisas, explica a pouca representatividade dessas legendas. Foram 25 votos fechados que corroboraram o privilégio dos procuradores do ministério público e dos membros do judiciário, que querem permanecer como cidadãos de primeiríssima qualidade - acima de qualquer suspeita, acima do bem e do mal e livres de responderem por seus abusos.
Quem acompanha a atuação desses partidos na Câmara dos Deputados e no Senado reconhece a superioridade de suas argumentações, acima de qualquer suspeita. O que não se esperava é que essa insuspeição, que os une, fosse fruto de uma concepção de Estado autoritário, submisso aos tecnoburocratas dos órgãos de controle e do judiciário intocável. A exceção foram os votos dos deputados baianos Uldurico Junior (PV) e Arthur Oliveira Maia (PPS) que certamente enfrentarão severas consequências dentro dos seus partidos, pois a ânsia autoritária que ferve pra fora também ferve pra dentro.
Francisco Morbeck
Advogado
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