Millôr |
Anunciam a uma só voz, do governo à oposição,
da imprensa ao empresariado, que a falta de infraestrutura é o mais grave
problema do nosso país. Com o mínimo de bom senso não é possível contrariar
essa máxima. Mas, com um senso mais acurado, é possível demonstrar que o
diagnóstico está certo, mas o remédio trata da febre (sintoma) como se fosse a
própria doença. O resultado é um esforço hercúleo para colocar de pé um
gigante com as pernas bambas.
Num ilustrativo e recente caso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Ministério Público Militar não pode julgar e condenar um civil (leia). Anos de custos de tramitação do processo até a última instância para que o STF decida o óbvio, ao custo milionário de salários, imóveis, computadores, luz, água, cafezinho, limpeza, gasolina, telefone e papel para juízes, promotores, advogados, funcionários da justiça e tantos outros. De nada serve ter uma superestrutura (constituição, leis etc) se a infraestrutura primordial está em pedaços. Claro, nesse caso, não aquela infraestrutura do mínimo bom senso (estradas, hidrovias, aeroportos etc), mas a infraestrutura que ninguém consegue enxergar: a educação.
PRINCÍPIOS
O homem educado
conhece a lei e a respeita
para o seu bem
e o bem de outrem
O homem cultural
quando desconhece a lei
age com parcimônia
e dela não se afasta
O homem natural
da lei não se separa
pois tem nele
o que não lei se cala
(www.chicomorbeck.blogspot.com)
Num ilustrativo e recente caso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Ministério Público Militar não pode julgar e condenar um civil (leia). Anos de custos de tramitação do processo até a última instância para que o STF decida o óbvio, ao custo milionário de salários, imóveis, computadores, luz, água, cafezinho, limpeza, gasolina, telefone e papel para juízes, promotores, advogados, funcionários da justiça e tantos outros. De nada serve ter uma superestrutura (constituição, leis etc) se a infraestrutura primordial está em pedaços. Claro, nesse caso, não aquela infraestrutura do mínimo bom senso (estradas, hidrovias, aeroportos etc), mas a infraestrutura que ninguém consegue enxergar: a educação.
Sem a educação (princípios) nem as leis adiantam,
pois a constituição garante o direito de defesa e a condenação após a sentença
final, mas os tecnoburocratas (operadores do poder público de todas as esferas),
sem o mínimo daqueles conteúdos essenciais da educação extra-acadêmica, respeito
às leis – que ninguém pode alegar desconhecer, respeito ao ser humano, às diferenças
e à dignidade alheia, agem (à priori) como juízes de tribunais de exceção e, de
ofício em ofício, papel em papel, carimbo em carimbo, vão empurrando o cidadão
para o fundo do labirinto, de onde só eles conseguem sair, pois representam,
com primor, o papel do Minotauro, como na mitologia grega. Querendo, pode chamar
a isso de custo Brasil, mas antes terá que sair do conforto do mínimo bom senso
ou do senso comum. O funcionamento capenga, irregular, pomposo, inacessível e
personalista dos órgãos públicos (legislativo, executivo e judiciário) são
reservas de mercado da mediocridade, alcançada por uma educação como sinônimo
de escolarização e academicismo.
Duas frases e um poema são suficientes para restabelecer o foco central da
infraestrutura que o país precisa, sem a qual as estradas, aeroportos e portos
serão miragens eternamente insuficientes: “O homem não é nada além daquilo que a educação
faz dele (Immanuel Kant)
e “Um título universitário não te encurta as
orelhas: só as esconde (E. Hubbard).O homem educado
conhece a lei e a respeita
para o seu bem
e o bem de outrem
O homem cultural
quando desconhece a lei
age com parcimônia
e dela não se afasta
O homem natural
da lei não se separa
pois tem nele
o que não lei se cala
(www.chicomorbeck.blogspot.com)
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